Recebi esse texto (publicado no blog School of Life) e me peguei pensando nas formas com as quais nos relacionamos com a comida. Deve ser parte da evolução – talvez tenhamos alcançado um estado de consciência que busca sempre o significado e a transcendência.
Ou não.

Pode ser que seja porque desconhecemos o alimento de verdade e nos afastamos da segurança e do prazer do comer bem e daí colocamos a comida nesse lugar utópico e misterioso.
O fato é que é sempre importante a gente pensar e resinificar nossa relação com a comida e nunca, jamais permitir que ocupe o espaço de vilã.
Comamos!

“Atualmente, a comida é algo com grande prestígio. Muita atenção é dada a chefs famosos, dicas de alimentação, novos restaurantes e programas de culinária. Parece que ficamos coletivamente obcecados com o que comemos, mas a questão do que precisamos do alimento, além da simples sustentação física, é raramente abordada. Até parece um pouco estranha.

Ainda assim, a comida evidentemente não é apenas um “combustível”. Ela oferece ajuda a algumas de nossas necessidades psicológicas. Tem, digamos, potencial terapêutico, porque cada tipo de alimento tem não apenas valor nutricional, mas também o que se poderia chamar de valor psicológico, que vem de sua natureza. Cada alimento tem uma personalidade, uma orientação, uma forma de capturar o mundo, quem seria se fosse magicamente transformado em uma pessoa. Seria possível dar um gênero, uma visão, um espírito e até uma dimensão política a ele.

Alimentos contêm filosofias comestíveis de vida, das quais podemos querer nos aproximar ao fazer a coisa mais direta e compreensível de todas: comer. Ingerimos fisicamente, mas também tentamos absorver em nossas almas os nutrientes psicológicos que intuímos. Queremos que a comida incentive alguns lados da nossa natureza e compense algumas fraquezas de espírito. Isso faz com que comer seja mais do que dar combustível e restaurar o organismo; é também uma questão de reequilibrar nossas almas disformes.”

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